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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Comics Star Wars – Clássicos

 Comics Star Wars – Clássicos # 1
Editora: Planeta DeAgostini – Edição especial
Autores: Roy Thomas, Don Glut, Archie Goodwin (roteiro), Howard Chaykin, Rick Hoberg, Bill Wray, Frank Springer, Alan Kupperberg, Carmine Infantino, Terry Austin (desenhos), Steve Leialoha, Tom Palmer (desenhos e cores), Marie Severin, Glynis Wein, Paty, Carl Galford, F. Mouly, Janice Cohen (cores) – Originalmente em Star Wars # 1 a # 11 (1977/1978).
Preço: R$ 9,99
Número de páginas: 192
Data de lançamento: Setembro de 2014
Sinopse
Há muito tempo, em uma galáxia distante, um jovem agricultor de um pequeno e pobre planeta parte em uma missão com um velho cavaleiro jedi, um mercenário e seu companheiro wookie e dois droides para resgatar uma princesa. Ela é uma das líderes das forças rebeldes que enfrentam o Império que tiraniza a galáxia.
Positivo/Negativo
A Planeta DeAgostini começou, com este volume, a ambiciosa empreitada de publicar esta coleção, que conta com nada menos que 70 volumes, abrangendo diversas séries em quadrinhos que abordam o universo da série cinematográfica concebida por George Lucas – histórias que se convencionou chamar de “universo expandido”.
São livros em capa dura, em formato semelhante ao das graphic novels Marvel, que a Salvat vem publicando, e as da DC, que devem sair pela Eaglemoss.
Este primeiro volume começa com a adaptação de Guerra nas Estrelas (1977), o primeiro filme da série, depois desnecessariamente rebatizado como Star Wars – Episódio IV – Uma nova esperança.
Dividida em seis partes, ela corresponde aos seis primeiros números do gibi Star Wars, que chegou às bancas americanas pela Marvel, dois meses após a estreia do filme nos cinemas. A primeira publicação no Brasil foi em 1978, pela Bloch.
Adaptações de cinema para quadrinhos parecem quase sempre souvenires para o fã do filme guardar de lembrança. Não é o caso aqui: a transposição é ótima. Com roteiro de Roy Thomas e arte de Howard Chaykin e alguns parceiros, Guerra nas Estrelas parece ter nascido nas HQs.
A versão não tenta macaquear o filme e usa sem medo os recursos próprios da arte sequencial para recontar a história com fidelidade, mas a seu modo. Os ganchos ao final de cada parte são excelentes, a narrativa é rápida e vibrante e a arte de Chaykin tem vida própria.
A reunião de 11 edições mensais em um volume cria alguns problemas próprios, claro. A cada número, a narrativa dá um jeito de recapitular a trama até então – o que soa repetitivo quando se lê tudo junto, mas é um recurso mais criativo e desafiador que os burocráticos “a história até aqui” usado atualmente nas HQs de super-heróis.
Um detalhe curioso fica para a aparição de Jabba, o Hutt, na trama. Como hoje se sabe, um diálogo entre Han Solo e a grotesca criatura chegou a ser filmado, mas acabou cortado de Guerra nas Estrelas. Jabba, então, só apareceria em O retorno de jedi (1983), terceiro longa-metragem da série.
A tal cena acabou incluída nos relançamentos do filme a partir de 1997, algo possibilitado pelos efeitos especiais de então. Mas ela está na versão em quadrinhos e Jabba aparece com um design muito diferente do que seria visto na telona.
Também é bom lembrar que a sanha revisionista de George Lucas não chegou aqui: Han Solo continua atirando sozinho em Greedo na taberna de Mos Eisley.
As cinco demais histórias do volume continuam a trama exatamente de onde Guerra nas Estrelas para. Han Solo se despede de Luke Skywalker e da Princesa Leia para pagar sua dívida e se envolve em novas aventuras no percurso, enquanto Luke parte para encontrar um novo local na galáxia para a base rebelde.
Essas tramas são muito mais centradas em Han Solo, começando por uma versão mal disfarçada de Os Sete Samurais (1954).
Não é segredo que os filmes de samurais de Akira Kurosawa foram inspirações para George Lucas, mas esse arco coloca Solo como líder de oito mercenários que devem defender um vilarejo pobre de bandidos que o saqueia regularmente. Dá pra ser mais evidente a referência?
Acrescente-se a isso que a aventura imediatamente posterior ao desfecho de Guerra nas Estrelas é muito semelhante à abertura de Sete Homens e um Destino (1960), refilmagem como faroeste de Os Sete Samurais.
Han e Chewbacca desafiam os habitantes de um lugar para dar um enterro digno a um indesejável por lá – assim como Yul Brynner e Steve McQueen fazem no início do western.
E vale lembrar que Os Sete Samurais também inspirou uma versão no espaço: Mercenários das Galáxias, em 1980, apenas um dos muitos filmes fuleiros que na época tentaram surfar na onda da saga espacial de Lucas.
Um problema dessas tramas é a verborragia. Os personagens falam demais, como não raro acontecia na Marvel da época, e isso é ainda acentuado pelos “diálogos” de Han Solo com Chewbacca, em que ele precisa repetir tudo o que o colega de aventuras “disse”. Felizmente, não chega a comprometer seriamente.
Por falar em 1980, este foi justamente o ano de O Império contra-ataca, segundo filme da série, cuja adaptação só aparece no volume 4 da coleção. Comics Star Wars vai publicar não só HQs da Marvel, que lançou a série até 1986 (incluindo as adaptações da trilogia original), como as da Dark Horse, lançadas a partir de 1991.

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