Editora: Pixel Media – Edição especial
Autor: Mort Walker (texto e arte).
Preço: 16,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Maio de 2014
Sinopse
Coletânea de tiras estreladas pelo Recruta Zero e a “Companhia A” do Quartel Swampy.
Positivo/Negativo
São 64 anos conquistando fãs em diversos
países. Em alguns deles, como o Brasil, o Recruta Zero construiu uma
história de sucesso editorial em jornais e revistas em quadrinhos, cujo
ápice se deu nos anos 1980, período em que o personagem foi título de
várias publicações – dentre almanaques, superalmanaques, edições
especiais, coleções de tiras e, claro, gibis mensais – e consolidou o
estilo gráfico adotado até hoje.
É exatamente dessa época que vêm as mais de 360 tiras reunidas neste primeiro volume de O Livro de Ouro do Recruta Zero, uma nova coleção que chega mostrando que o impagável soldado raso ainda mantém um público cativo no País.
Dividida por temas (ou títulos, como se
fossem histórias corridas), a diversão começa com um texto escrito pelo
cartunista Otacílio D’Assunção, o Ota – fã declarado do Recruta Zero e
roteirista de várias HQs do personagem na década de 1980 –, contando a
origem da famosa e longeva série de tiras, além de curiosidades sobre
ela, incluindo sua trajetória no Brasil.
Pelo álbum, que tem formato diferenciado e miolo com páginas coloridas em papel couché, segue um desfile de tiras com diagramação arrojada, cuja qualidade explica a longevidade da série.
Ali estão as sacadas irônicas do Recruta
Zero e seus acessos de preguiça crônica; a truculência, ora ingênua,
ora agressiva (mas sempre engraçada) do Sargento Tainha; o sexismo nas
participações da Dona Tetê; a incompetência administrativa do General
Dureza; as investidas nem sempre românticas do mulherengo Quindim; a
falta de higiene do cozinheiro Cuca e aquilo que, ao sair de suas
panelas, ele gentilmente batiza de refeição; além de uma gama de
personagens – como o parvo Dentinho, o culto Platão, o pueril Tenente
Escovinha e muitos outros – que continuam fazendo do Quartel Swampy um
lugar eternamente ignorado pelo Pentágono.
Completando a edição, uma breve
biografia de Mort Walker, criador dessa turma e ainda participando
ativamente da produção das tiras publicadas em centenas de jornais mundo
afora.
A tradução dos textos foi feliz em adaptar algumas expressões para a época atual (como a citação às lan houses),
diminuindo possíveis riscos de rejeição por parte das novas gerações de
leitores. Mas ficou estranho usar o real como moeda corrente num
universo em que os próprios personagens se revelam cidadãos dos Estados
Unidos e integrantes de uma unidade do exército locada no país.
Fica também registrado o erro de patente
do malandro Cosme (cujo nome original, Cosmo, foi usado nesta edição),
que é um simples recruta, não um cabo, como informado no texto de
abertura.
Desde o fim da era RGE/Globo,
no início da década de 1990, os quadrinhos do Recruta Zero passaram por
várias editoras, sempre com curta duração e vivendo um novo longo hiato
nas bancas, entre cada mudança de casa.
Por esse motivo, vale destacar o bom desempenho do personagem na Pixel,
que desde 2012 mantém o gibi mensal circulando regularmente e apostou
nesta coleção, que não encontra similar nem mesmo na fase áurea do
Recruta Zero no Brasil.
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